Praga é uma cidade relativamente barata, quando comparada a outras capitais europeias. Por isso, acabei me dando alguns luxos que não são costumeiros nas minhas viagens, como, por exemplo, me hospedar em um hotel 4 estrelas! Reservei um quarto executivo, que era incrivelmente confortável, com banheira e miminhos, por EUR 40 a noite! Além disso, neste valor estava incluso um buffet MARAVILHOSO de café da manhã, com uma diversidade enorme de pães, ovos, frutas, queijos, bolos, cafés, sucos e muuito mais… Fazendo jus ao nome do hotel, há música clássica no elevador e frases de Mozart na decoração do hotel. Então, a única coisa que tenho a dizer sobre a minha experiência no Hotel Don Giovanni é que foi mesmo TOP e recomendo este hotel para quem for a Praga! Ah, e para que vocês tenham noção do quão incrivelmente ótimo foi o custo-benefício deste hotel, vou comparar com a acomodação das noites anteriores, na Bratislava: paguei EUR 30 por diária em um hostel super simples, com uma (falta de) qualidade que me decepcionou e sem café da manhã. Então, comparando a qualidade dos dois serviços, dá pra entender porque achei este hotel de Praga tão barato e maravilindo, né?!
Mas, como eu sou mochileira de alma, para conhecer a cidade optei pelo transporte público e pelo uso das pernas mesmo! Para me deslocar do hotel até o centro da cidade, usei o metrô e comprei bilhetes unitários “short term”, que são válidos por 30 minutos. Cada um custou 24 coroas tchecas, que equivale a aproximadamente € 0,95 ou R$ 3,80. Neste caso, o bilhete unitário era o que valia mais a pena, porque é fácil conhecer o centro histórico de Praga caminhando. Assim, usei o transporte público apenas para ir e voltar do hotel e gastei no total CZK 48.

De qualquer forma, é sempre importante planejar o roteiro antes e pesquisar como funciona o transporte público na cidade de destino, para já calcular e saber qual das modalidades é mais econômica em cada situação. Por exemplo, diferente de Praga, em Viena e Berlim, que são cidades maiores, eu optei pelo bilhete diário, que permite usar o transporte público tanto quanto quiser, de acordo com as regiões selecionadas!
Mais uma vez, em Praga fiz um passeio guiado à pé, com a empresa Sandesman. O guia era um rapazinho de origem tcheca, mas que nasceu nos Estados Unidos, já que a sua família se mudou para lá em busca de uma vida melhor durante as épocas difíceis que a República Tcheca enfrentou. Este tipo de tour guiado é a melhor forma que já experimentei de conhecer e aprender sobre as cidades!
Enquanto a maioria das capitais europeias foi devastada durante as guerras, Praga manteve-se bem preservada. Isto porque, a cidade foi alvo de apenas um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial, o qual ainda ocorreu acidentalmente, pois pensavam que tratava-se de Dresden. Segundo o guia, eles acreditam que Hitler planejava viver em Praga e tornar o Bairro Judeu de Praga em um “museu de uma raça extinta”, depois que conquistasse o seu objetivo. Horrível só de imaginar!
Muito antes da Segunda Guerra Mundial, lá no século XXIII, todos os judeus foram banidos de outras regiões de Praga e limitados a viver dentro dos muros do Bairro Judeu. Apesar do crescimento populacional, o povo judeu não era autorizado a morar em outras áreas da cidade, o que levou a uma série de problemas. Além da superlotação nas moradias, outra dificuldade foi para enterrar os mortos. Como não havia mais espaço disponível, foi necessário “reaproveitar” o terreno e enterrar uns por cima dos outros, chegando a haver até sete camadas em algumas partes do cemitério! O cemitério é a marca mais forte de toda a tristeza que os judeus sofreram nesta época, em Praga, e, por isso, torna-se obrigatório falar a respeito.
Além do cemitério e das habitações, das quais muitas foram demolidas para a renovação desta área, no antigo Bairro Judeu localiza-se também a sinagoga mais antiga e bem conservada da Europa Central, conhecida como Old-New Synagogue e construída em 1270, em estilo gótico.
Não gosto muito de escrever sobre esses assuntos sombrios, mas é impossível conhecer e aprender sobre as cidades e, depois, não compartilhar com vocês também sobre uma parte tão marcante da história, mesmo que tenha sido tão triste. Ao mesmo tempo que esse assunto é tão desagradável e entristecedor, considero de extrema importância que esse passado seja lembrado, para que tais atrocidades jamais sejam repetidas e para que a tolerância e o respeito sejam sempre promovidos.
Durante o tour, o guia mostrou o único teatro, ainda ativo, onde Mozart tocou: o Estates Theatre. Segundo o guia, Mozart apresentou em Praga a composição Don Giovanni, a mesma que havia apresentado em Viena, anteriormente. Porém, enquanto em Viena os expectadores BOCEJARAM, mostrando grande arrogância e descaso com o músico, em Praga, Mozart foi aplaudido de pé por 30 minutos ininterruptos. Este evento é lembrado com tanto orgulho pelos tchecos que foi criado um monumento em frente ao teatro, relembrando a apresentação de Mozart, ali realizada em 29 de outubro de 1787. A escultura é chamada de Il Commendatore e foi desenvolvida pela artista tcheca Anna Chromy.
Assim como eu já comentei em um post anterior, a República Tcheca e a Eslováquia compartilham alguns costumes, e um deles é a tradição da ceia de Natal. Em ambos os países, as pessoas comem peixe na ceia, mas o detalhe é: eles o compram vivo e o mantêm vivo até o Natal! A parte mais “doida” da história é que o peixe é comprado com mais ou menos uma semana de antecedência, para ter a certeza de que conseguirão um bom peixe. E, então, para mantê-lo fresco até o Natal, o peixe permanece vivo, nadando na banheira da família! Ou seja, o pobre peixe vira quase um animal de estimação antes de virar a ceia. Isso pode nos parecer uma tradição esquisita e até engraçada, por ser diferente dos nossos próprios hábitos, mas nos cabe respeitar a cultura local sempre!
Outra curiosidade sobre Praga é que, antigamente, as casas costumavam ser identificadas por símbolos, ao invés de números, e estes símbolos foram mantidos em algumas delas até hoje. Por exemplo, andando pelas ruelas de Praga, passamos pela “Casa do Melão Dourado” e pela “Casa do Cacho de Uvas”. Engraçado, não? Qual nome e símbolo você daria para a sua casa?
Aguardem, que em breve eu vou compartilhar mais sobre essa cidade linda, que é grande merecedora de uma visita!
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